O ato de aprender não se desenvolve apenas na sala de aula. Conectar-se com o mundo ao seu redor e descobrir novas experiências também são formas ricas de ajudar as crianças a se relacionarem com seus arredores e de contextualizar todo o conteúdo que aprendem. Desde pequenos, os alunos da Santi são estimulados a conviver de maneira ativa com colegas e com o ambiente em que vivem, e por meio dos percursos investigativos, nossos educadores ajudam os pequenos a transformarem essas interações em conhecimento.
O que são os percursos investigativos?
Os percursos investigativos são “estudos” realizados por alunos e guiados pela equipe pedagógica. Após observar momentos vivenciados pelas crianças e analisar os registros realizados na escola, como fotos e vídeos, a equipe valida e reconhece as descobertas e dúvidas que os pequenos têm.
Como funcionam?
Ao longo de brincadeiras ao ar livre e outras ocasiões planejadas pelas professoras, as crianças trazem “pistas”, que podem ser ações que se repetem no cotidiano, conversas, dúvidas e afirmações. Em contato com o grupo, a equipe pedagógica pode discutir os vínculos entre as dúvidas da turma e conhecimentos a serem socialmente construídos, e como se relacionam os campos de experiências estipulados na BNCC, trabalhando experiências como a imaginação, corpo, sons, cores, espaços, relações e transformações. “O percurso acaba sendo algo a mais na rotina das crianças, pois todos os outros objetivos da BNCC estão garantidos por meio dos contextos de aprendizagem e desenvolvimento”, aponta Luana Marra, coordenadora pedagógica do Infantil 1 ao T5 na Santi.
O que as crianças desenvolvem ao longo do percurso?
Segundo Luana, os percursos investigativos “são excelentes estratégias para que as crianças enxerguem sentido no que estão aprendendo, por partir de interesses que grande parte delas têm”. Trabalhar essa curiosidade permite que os alunos desenvolvam maior protagonismo em seus estudos, aumentando a participação nas tomadas de decisão e construindo suas próprias ideias sobre os temas estudados. “Aprender de forma conectada, interdisciplinar, visto que os percursos investigativos normalmente abrangem mais de um campo de experiência”, reforça a coordenadora.
E na prática?
O projeto “Como me tornar um herói ou heroína”, por exemplo, surgiu a partir das brincadeiras de super-herói realizadas pelas crianças. Muitas vezes “interpretando” personagens populares, os pequenos utilizavam os objetos e cenários que os cercavam para fazer armadilhas, armas poderosas e poções para combater os vilões. Depois de observar as crianças, a equipe pedagógica pôde organizar melhor os espaços, disponibilizar brinquedos e fantasias para ajudar a criançada a salvar o mundo, e então, surgiu a primeira pergunta: O que é salvar o mundo? A partir desse questionamento, os alunos desenvolveram competências relacionadas à literatura, ao corpo e aos gestos, e às artes; explorando a imaginação, expondo seus pensamentos e interagindo com os colegas de forma descontraída.
Cada percurso investigativo possui suas especificidades e contribui de diversas maneiras para o crescimento das crianças, atribuindo significado para o aprendizado e criando um ambiente mais moderno e curioso para os estudantes.