A importância de aprender novos idiomas

Hoje em dia, dizer que aprender um novo idioma é essencial para se preparar para o mercado de trabalho pode soar até mesmo redundante. Sem nenhuma dúvida, o conhecimento de outras línguas é um importante diferencial de carreira, porém, ainda há muitos benefícios envolvidos que vão muito além da vida profissional. A língua é parte primordial da cultura de um povo. Ao aprender uma nova linguagem, ela nos permite explorar e entrar em contato com diferentes mundos, ideias e crenças, que reforçam o respeito pelo outro e valorizam cada vez mais a vasta diversidade cultural que encontramos na sociedade. Podemos acessar novos conhecimentos, pesquisas, leituras e variadas formas de entretenimento, sem nos limitar ao nosso idioma nativo. Por isso, quando a escola oferece a seus alunos a oportunidade de se aventurar em um idioma diferente, ela abre espaço para que eles possam se conectar com novas realidades e interagir com um mundo globalizado, expandindo suas possibilidades de aprendizado para muito além de qualquer barreira territorial e linguística. “Gosto de pensar a importância de aprender outros idiomas a partir de uma perspectiva plurilíngue, que pensa no aprendizado de uma nova língua não como um conhecimento que ficará isolado em um compartimento mental que será acessado em ocasiões específicas”, explica Débora Iker, professora de Espanhol aqui na Santi. “Ele passa a existir em comunhão com o seu próprio idioma e com os outros saberes do indivíduo, ele passa a formar parte daquele sujeito, da sua história, da sua cultura”.

O processo de aprendizado de idiomas nas escolas pode ser realizado de diversas maneiras, abrangendo todas as faixas etárias, desde os mais pequenos, até os adolescentes do Ensino Fundamental II, no entanto, é amplamente divulgado e compreendido a partir dos estudos do bilinguismo que quanto mais nova a criança, maiores sãos os benefícios de se aprender uma nova língua. De acordo com a neurociência, o cérebro bilíngue, ou seja, aquele que utiliza duas ou mais línguas, desenvolve melhor suas funções cognitivas, produzindo novas conexões cerebrais, fortalecendo as já existentes e estimulando processos como o pensamento, a memória, o foco e a capacidade de reter e articular informações, habilidades essenciais para desenvolver um bom desempenho escolar e, futuramente, profissional. “Isto não significa que iniciar o aprendizado de outro idioma após certa idade seja prejudicial, mas fato é que quanto mais velho nosso cérebro se torna, mais difícil é de se imprimir novas aprendizagens e de se limpar vícios de linguagem”, relata Bianca Franco, professora de Inglês do 3° ao 5° ano na Santi. “A plasticidade do cérebro infantil traz facilidade na aprendizagem de um novo idioma”. Naturalmente, a criança se interessa pelo universo ao seu redor, e essa curiosidade e vontade de aprender é natural do seu desenvolvimento. Portanto, o estímulo ao aprendizado de um novo idioma pode vir de simples atividades de rotina, inserindo gradualmente essa nova linguagem por meio de jogos, filmes, livros, músicas e brincadeiras, trazendo o contato com a língua de maneira lúdica. 

Para os mais velhos, esse incentivo se torna ainda mais fácil, pois muitos já têm contato com jogos online, YouTubers e músicas internacionais, por exemplo. “Esse interesse por si só já é grande estímulo para o aprendizado de outras línguas uma vez que a tecnologia permite essa interação global”, reforça Bianca. “Quanto mais contextualizada for o uso da língua, mais sentido fará para a criança e esse sentido é o que faz a aprendizagem ocorrer de maneira lúdica, interessante e eficiente”. 

O ensino de idiomas na  Santi está diretamente relacionado com nossos valores e concepções pedagógicas, sendo organizado em quatro pilares: Aprendizado contextualizado e com base em materiais autênticos, uso dos gêneros textuais para ensino da gramática, comunicação no idioma estrangeiro em sala de aula e desenvolvimento das quatro habilidades: ler, escutar, escrever e falar. A partir da apresentação de boas propostas de aprendizagem, motivadoras e contextualizadas, que estejam vinculadas à realidade e voltadas ao desenvolvimento da competência comunicativa, buscamos elaborar propostas que partam dos temas de interesse dos alunos e que sejam interessantes para sua formação cultural, fazendo com que ele próprio reflita sobre seu processo de aprendizagem e sobre a importância para sua vida. Com momentos de conversa, troca e interação constante com a turma e com o idioma, traçamos um percurso de construção  de conhecimento em conjunto baseado em investigações e em saberes prévios dos alunos, utilizando recursos que fazem parte de cada faixa etária – músicas, jogos, brincadeiras, histórias, vídeos com a ideia de desenvolver a linguagem a partir da interação e relação com os colegas. 

Com o apoio da tecnologia, os pequenos podem criar, explorar e ampliar conceitos e conteúdos, além de aperfeiçoar procedimentos e atitudes de forma constante ao longo dos encontros semanais que ocorrem desde o Infantil 1. “Nossa vida globalizada e tecnológica já traz esse estímulo e nossos alunos acabam por trazer muito de suas vivências e experiências para dentro da sala de aula, a Santi amplia essas experiências e vivências trazendo diferentes oportunidades para o uso do idioma dentro da escola”, justifica Bianca. “Cria-se assim uma cultura comunicativa na qual a língua tem seu propósito real: o de troca e comunicação”.

É importante também ressaltar o papel chave das famílias no processo de aprendizagem de um novo idioma. Quanto mais robusto e contínuo for a interação da criança com o aprendizado de um novo idioma, maior pode ser o seu desenvolvimento na mesma. Como comentado anteriormente, assistir filmes já conhecidos na língua materna em outro idioma, jogar jogos na língua alvo e ler histórias nessa mesma língua, são formas de manter o estímulo contínuo e de qualidade. 

A trajetória para aprender uma nova linguagem não se restringe apenas ao período de sala de aula, por isso, é sempre importante apoiar e acompanhar de maneira ativa o aprendizado dos pequenos, valorizando seu esforço e criando novas situações interessantes para que possam praticar o que aprenderam na escola. “Acredito que o papel das famílias seja principalmente o de reforçar a importância deste aprendizado, auxiliar na desconstrução de um processo de resistência, de desinteresse, acompanhando de perto e incentivando a dedicação e o esforço, animando naqueles momentos em que bate o desânimo, ajudando a que organizem um tempo de estudo fora da sala aula, entre outras ações”, afirma a professora Débora. “O apoio é imprescindível para que o estudante entenda que uma segunda língua estrangeira no currículo escolar não deve representar para ele apenas mais algumas provas e trabalhos que ele terá de fazer ao longo dos quatro anos, mas, sim, que ele está aprendendo algo que, como todas as outras matérias, o acompanhará ao longo da vida. Ele terá em mãos um novo código que certamente ampliará sua visão de mundo e sua inserção nele”.

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