O desenvolvimento da autonomia em crianças e adolescentes

 

Educar vai muito além de apenas transmitir conhecimento, e o papel da escola no desenvolvimento de crianças e adolescentes tem se tornado mais abrangente a cada ano. De acordo com as competências sugeridas pela UNESCO e a própria BNCC (Base Nacional Comum Curricular), o ambiente escolar deve preparar alunos e cidadãos responsáveis, com pensamento crítico e capazes de lidar com seus sentimentos e mais do que nunca, a escola se tornou um espaço para construir autonomia.

Segundo Dinah Crespo, coordenadora pedagógica do 3º ao 5º ano na Santi, “pessoas autônomas são responsáveis, participativas, se reconhecem como parte importante da sociedade e são agentes de mudança”. Ela acredita que incentivar a independência durante o aprendizado ajuda a formar indivíduos questionadores, éticos, capazes de gerir suas atividades, que procuram compreender a complexidade do mundo ao seu redor e buscar as melhores soluções possíveis. “São alunos que vêem o mundo com um olhar crítico, buscam compreendê-lo e realizar ações para que a convivência entre todos seja cada vez melhor. Isso traz mudanças para cada um e para o coletivo”, completa Dinah.

Para que possam desenvolver a autonomia, é necessário que cada criança compreenda suas singularidades e reflita sobre elas em um ambiente cooperativo que promova momentos para que exercitem essa postura e atribua aos alunos pequenas responsabilidades diárias como cuidar do material, jogar o lixo no local adequado, respeitar o próximo entre diversas outras tarefas, dentro e fora da escola, que facilitem o entendimento da sua participação no cotidiano social e os ajudem a solucionar problemas de maneira eficaz, com respeito e empatia. Esse processo deve ser um trabalho conjunto entre o ambiente familiar e a instituição de ensino. A escola é um local de convívio e encontros onde se deparam com uma série de conflitos e individualidades sobre as quais as crianças e adolescentes podem refletir.

Na Santi, os alunos são estimulados a realizar as próprias tarefas de organização e a participar da comunidade em eventos e conversas sobre as questões do cotidiano, discutindo sentimentos, conflitos reais e hipotéticos e trabalhando com uma multiplicidade de ideias, criando, assim, um ambiente de cooperação em que podem conhecer e interagir com diversas realidades e pontos de vista. “Falar de empatia, reciprocidade, respeito, justiça são temas que aparecem no cotidiano e cabe a escola ter espaço para estas reflexões e para pensar em ações em que os alunos possam exercitar estes princípios na prática. Assim, o estudante vive um ambiente mais cooperativo, em que faz parte e também é responsável por ele” – relata a coordenadora – “aqui os princípios são norteadores das nossas práticas e, assim, voltamos sempre a eles para tomar uma decisão. Isso faz parte da nossa cultura e deixamos isso claro para todos”.

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