Quantas vezes você pegou o celular para ver a hora e quando percebeu estava navegando há muito tempo e (detalhe) não tinha visto que horas eram?
Se nós, adultos, não temos uma noção concreta de quanto tempo passamos conectados, imagine as crianças e adolescentes!
Na era digital, negar o uso do celular seria negar a realidade. O grande desafio está em ajudar as crianças e os jovens a criarem repertório para desenvolverem o discernimento necessário para fazer bom uso da tecnologia, algo que ainda está em construção.
O mau uso e o uso excessivo da Internet pode colocar em risco não apenas a segurança, mas também a saúde física e psicológica das crianças e adolescentes, atrapalhar o rendimento escolar e afetar a vida social.
Segundo a SaferNet, associação civil de direito privado sem fins lucrativos com foco na promoção e defesa dos Direitos Humanos na Internet no Brasil, existem alguns ‘sintomas’ que podem nos ajudar a identificar um uso excessivo e nocivo das telas?
- Sentir irritação e ansiedade quando não pode ficar conectado;
- Queda de notas e dificuldade de concentração na escola;
- Dormir menos e demorar para querer dormir;
- Sentir dificuldade em controlar, diminuir ou interromper o tempo que fica conectado.
Mas, afinal, existe algum tempo “seguro” de acesso às telas?
Isso varia de acordo com a faixa etária e, claro, do conteúdo consumido neste período.
Tempo de tela saudável segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria:
- Dos 2 aos 5 anos: até uma hora por dia;
- Dos 6 aos 10 anos: entre uma e duas horas por dia;
- Dos 11 aos 18 anos: entre duas e três horas por dia.
Com tudo isso em mente, é importante seguirmos cuidando e refletindo sobre o nosso papel enquanto educadores de crianças e adolescentes que vivem conectados!
A Conectar Educadores, consultoria especializada em cidadania digital e nossa parceira há mais de 10 anos na área de tecnologia educacional, organizou algumas dicas que podem ajudar neste manejo do tempo de tela.
- Estabeleça combinados – Criar regras saudáveis para o uso de equipamentos e aplicativos digitais e incluir momentos de desconexão e mais convivência familiar podem ser boas estratégias para diminuir o tempo de tela.
- Gerencie o tempo – Cada dispositivo móvel possui um controle de tempo x aplicativo. Nas configurações do seu aparelho você encontra uma lista de aplicativos e quanto tempo você passa em cada um deles, em média. Proponha-se a reduzir esse tempo de forma consciente.
- Programe limites – Sabemos que muitas vezes nem percebemos o tempo que ficamos conectados, por isso existem inúmeros aplicativos que bloqueiam automaticamente alguns recursos do seu celular após um determinado tempo de uso. O Instagram, por exemplo, tem esse recurso dentro da própria plataforma: você define um tempo limite que deseja passar na rede social e ele te manda um aviso quando você atinge esse limite. Alguns aplicativos que podem ser úteis são: Flipd, Forest, Space e Moment. Além do próprio recurso de Bem-estar Digital dos dispositivos móveis.
- Silencie as notificações – Nas configurações do dispositivo, desative o recebimento de curtidas, comentários e outras notificações menos importantes. Dessa forma, você diminui o número de vezes que pega o celular por instinto. Com as notificações desativadas, pode ser mais fácil se concentrar em outras coisas sem interrupção. As notificações também podem ser ajustadas. Por exemplo, os estudantes podem receber notificações sobre o Google Sala de Aula, mas não de mensagens do WhatsApp.
Como funciona o uso de celular na Escola Santi?
Aqui na Santi, investimos em diálogos abertos e em formar os estudantes para que desenvolvam as competências digitais necessárias para tomar decisões cada vez mais conscientes e seguras.
Nos anos finais do Ensino Fundamental, por exemplo, o uso do celular em sala de aula não é incentivado, além de ser orientado e conduzido para que seja de acordo com o contexto de estudo. Para nós, é essencial trazer a reflexão sobre o que é adequado dentro de um ambiente de socialização e aprendizagem como a escola. Portanto, há um trabalho constante para autorregulação consciente.
Já na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, trazer o celular para a escola não é permitido, já que as crianças estão sempre acompanhadas de um adulto ao entrar e sair do espaço escolar e também não precisam dessa ferramenta para fins pedagógicos.
Com essas medidas, buscamos garantir um ambiente propício à concentração, à interação social e ao desenvolvimento de habilidades essenciais para a formação dos nossos alunos. Acreditamos que, juntos, família e escola, podemos construir um caminho mais positivo e equilibrado para a relação das crianças e jovens com a tecnologia, preparando-os para os desafios e oportunidades do futuro.
Anote na agenda!
No dia 28 de maio, realizaremos mais um Santi Forma Famílias e o tema do nosso encontro será “Segurança, comportamento digital e inteligência artificial: Como formar e preparar as crianças e adolescentes para os rápidos avanços da tecnologia digital?”. Por acreditarmos na importância de compartilhar essas reflexões, este será um evento aberto ao público. Clique aqui e inscreva-se. As vagas são limitadas.