É possível ter desenvolvimento econômico e conservação ambiental ao mesmo tempo?
Quando nos espantamos com grandes impactos ambientais atuais, como os desastres das barragens em Minas Gerais, além da tragédia humana por si só, questões ambientais de impactos nos vem à mente, como por exemplo, se podemos manter o mesmo nível de extração de recursos naturais, e mais além, se podemos ter equilíbrio entre progresso econômico e sustentabilidade.
Dessa forma, fica mais evidente esses detalhes ao investigarmos vestígios em campo.
No caso, os 7ºs anos foram para campo na Ilha do Cardoso, Iguape e Caneneia. Durante 3 dias investigaram vestígios ambientais e humanos no ambiente, sendo que no 1º dia dados de Iguape foram registrados, percorrendo o Morro do Espia, um dos pontos mais altos da cidade, de grande importância histórica, centro histórico com construções de mais de 2 séculos e o valo grande, o primeiro grande impacto ambiental que o Brasil tem registrado, remetente à época de D. Pedro II.
No 2º dia, o foco foi na Ilha do Cardoso, onde alunos coletaram informações ambientais do bioma de Mata Atlântica e os ecossistemas de manguezal, restinga, praia, entre outros, com a finalidade de comparar os dados com anos anteriores, para checagem de possíveis impactos ambientais.
No 3ºdia, a finalização realizou-se na Ilha Comprida, onde mais questões ambientais foram coletadas, além da questão de entrevistas com pescadores e cooperativas detalharem o processo de extração de recursos naturais para a sobrevivência da população local.
Ao término do estudo, os alunos teceram inúmeras reflexões sobre a questão problemática do estudo – Podemos ter desenvolvimento ao mesmo tempo que garantimos a conservação do meio ambiente?
Para tal, foi de suma importância a instrumentalização em tecnologias específicas que facilitassem e potencializasse a coleta de dados, como conceitos de fotografia científica e para exposição, bem como a utilização do aplicativo INaturalist para análise de dados estatísticos de fauna e flora e desenvolvimento de gráficos.
Nos resultados, perceberam, por meio de dados que coletaram esse ano e comparando com dados analisados nos anos anteriores por outras turmas da escola, que o impacto do Valo grande, com mais de 100 anos de existência, impacta até hoje a vida, humana e ambiental na região. Que o patrimônio histórico é riquíssimo de dados que nos contam trajetórias de séculos até os dias atuais. E, que dados como diminuição da variedade e quantidade de fauna e flora, que podem ser potencializados negativamente por ciclos econômicos, como alguns tipos de agricultura, que substituem a paisagem natural por uma artificial, precisam ser mais bem discutidos e validados na sociedade.
Texto produzido por Stefan Bovolon, professor de ciências do Ensino Fundamental 2 da Santi.