O papel da escola no acompanhamento emocional dos alunos

A escola é, acima de tudo, um espaço de convivência. Além de fornecer conhecimento e desenvolver as mais diversas habilidades técnicas, a escola também é responsável por oferecer aos alunos a oportunidade de encarar diferentes situações da vida social e cotidiana e expressar seus sentimentos, aprendendo a lidar com a raiva, o amor, o medo, a frustração, a vergonha e a timidez. Não à toa, a própria Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento normativo para as redes de ensino públicas e privadas que regulamenta referências obrigatórias para elaboração de currículos e propostas pedagógicas, prevê diversas orientações relacionadas ao desenvolvimento de competências socioemocionais para alunos da Educação Básica, para que a escola acompanhe cada vez mais de perto os sentimentos, os conflitos e as dificuldades dos alunos. “Os sentimentos fazem parte de nós, nos contam sobre como lidamos com as situações, como as coisas nos afetam”, explica Dinah Crespo, coordenadora de série do 3° ao 5° ano da Santi. “Estes sentimentos se manifestam em falas, ações, no jeito do corpo e querem dizer coisas, por isso, é muito importante cuidar deste aspecto na escola, para que possamos olhar os nossos alunos de maneira integral”

Aqui na Santi, enxergamos os alunos de forma completa, e isso envolve também olhar para o sentir, pensar e agir das nossas crianças. O Projeto Convivência, que faz parte do nosso currículo, é um projeto construído de forma conjunta entre a equipe pedagógica e uma assessoria de profissionais da área em que criamos, rotineiramente, momentos frequentes para cuidar do aspecto socioemocional dos alunos de maneira viva, atenciosa e sempre atualizada. “Nem sempre as crianças conseguem identificar o que sentem e o nosso papel é ajudar nesta construção”, relata Dinah. “Assim, elas podem desenvolver o autoconhecimento e também olhar para o mundo de uma maneira mais humana”. Os momentos de conversas sobre as emoções possibilitam, primeiramente, que os alunos possam reconhecer e nomear seus sentimentos, algo essencial para que possam compreender o que está acontecendo e encontrar as melhores alternativas para lidar com a situação. Além disso, permite que, durante a conversa, possam identificar em seus pares sentimentos semelhantes, ou até mesmo diferentes, que são presentes e se manifestam em toda a turma. Isso gera um olhar empático, generoso e respeitoso com os colegas, estimulando um ambiente mais diverso e de tolerância mútua. “Nós somos seres integrais e as emoções nos constituem, por isso, é fundamental olharmos para este aspecto para termos uma aprendizagem significativa, com sentido de verdade”, completa Dinah.  

Durante a pandemia, a necessidade de acompanhar cuidadosamente os sentimentos e emoções da nossa comunidade escolar tornou-se ainda mais evidente, devido às incertezas, o medo e as saudades provenientes do distanciamento social. “Durante a pandemia todos nós ficamos mexidos, confusos, com uma mistura de diversos sentimentos e muitas vezes era difícil, inclusive para os adultos, saber o que estávamos sentindo, tamanha a complexidade da situação”, relata a coordenadora. “Os alunos sentiram a distância, algumas vezes ficam mais mexidos, mas estarmos ali, todos os dias, encontrando as crianças mesmo que virtualmente, tem sido importante para passarmos por isso juntos”. Por isso, a Santi reforçou a atenção e mantivemos as nossas ações voltadas para as competências socioemocionais, dando continuidade às rodas de conversa para trazer os sentimentos presentes neste momento, montamos murais virtuais e propusemos diversas atividades para refletir sobre o emocional durante a pandemia, com pequenos projetos para cuidar da situação de cada grupo. Elaboramos também diversas rodas de conversa com as famílias e com a equipe pedagógica para que pudéssemos conversar e elaborar novas propostas. “Precisamos cuidar ainda mais dos sentimentos de toda a nossa comunidade e foi importante mantermos vivo o nosso trabalho de convivência mesmo a distância”, finaliza Dinah.

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