O protagonismo do aluno parte da perspectiva de que o ensino é uma via de mão dupla e todos têm a ensinar e a aprender. Possibilita que o aluno seja o personagem principal do processo de ensino e aprendizagem, participando de todas as fases: planejar, executar e avaliar.
Assim, o estudante assume uma posição mais ativa no próprio processo de aprendizado e desenvolve habilidades socioemocionais enquanto aprende o conteúdo das disciplinas. Estudos recentes mostram como priorizar o protagonismo do aluno é essencial para o desenvolvimento de sua autonomia no processo de ensino e aprendizagem.
Protagonismo na Santi: os murais
Para incentivar o protagonismo individual e coletivo dos nossos alunos, realizamos a criação de murais: um projeto autoral oriundo do 3º trimestre do curso de Artes Visuais dentro dos Módulos de Artes do Fundamental 2. Ele acontece de duas maneiras: primeiro como uma forma de ocupação artística da parede do mirante, um local estratégico, que fortalece a ideia de passagem pelo 6º, 7º e 8º anos, estimulando a construção de identidades e protagonismo ao longo deste período.
A segunda surgiu em 2007, a partir da necessidade de criar espaço para um ritual de encerramento de ciclo e despedida dos alunos formandos do 9º ano da Santi. Chamamos de Parede do 9º ano, e é um processo baseado na arte do Grafite, onde os alunos deixam as suas marcas, sonhos, desejos e memórias.
“Os alunos podem participar da escolha do que pode ter nos murais de suas salas, além de itens de organização geral, horários de aulas e informações importantes”, nos contou a coordenadora da Santi, Carolina Cherubini. “Para essa escolha é importante que a classe toda entre em um acordo e para isso, as assembleias são bem importantes, pois dão voz ao coletivo e fazem com que todos possam se posicionar e tomar decisões coletivamente sobre as escolhas a serem feitas”.
Qual a importância dos murais para a construção dos alunos?
Com a produção dos murais, os alunos precisam aprender a decidir coletivamente, expondo seus desejos individuais, mas entendendo que o espaço é coletivo e que as decisões precisam ser tomadas em grupo. Tal virtude é essencial para o crescimento individual, para o desenvolvimento da empatia, para o olhar para o outro de forma a entender que se pode satisfazer apenas a sua vontade. Além disso, a escolha por temas de murais são parte de decisões coletivas. Essa necessidade de identificar temas que fazem sentido para colocar no mural também permite uma ação protagonista, de escolha, que permite aos próprios alunos fazerem escolhas.
“A arte de criar um mural coletivo envolve um processo muito cuidadoso, onde o aluno aprende planejar e a compartilhar uma ideia individual e autoral, aprende a se expressar e defender aquilo que acredita, aprende a agregar ideias, a ouvir o outro, a ver no grupo uma força coletiva, entre tantas habilidades o trabalho coletivo e autoral traz confiança e sentimento de realização quando materializam através de imagens e cores os sentimentos, protestos, sonhos…”, finaliza a coordenadora.
O que você achou do projeto? Conta para a gente nos comentários!